terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Manutenção nossa de cada dia

         Quem nunca cruzou com aquele lindo caminhão carga seca, indo de vento em polpa nos seus 10 km/h, ao longo daquela imensa colina? A fumaça que sai é quase um nevoeiro londrino. Com a suspensão defeituosa quase não dá pra saber em que faixa ele vai ficar. E se ele vem ladeira abaixo empolgado na sua direção, meu Deus, dá até pra fechar os olhos.


Fonte: http://blogdocaminhoneiro.com/wp-content/uploads/2011/11/polui%C3%A7%C3%A3o-caminhao.jpg

        Pra quem já viu alguma coisa, imagina que se o cidadão não cuida do insumo básico que leva boa parte do seu capital, como ele faz com o restante. Pendencias como folgas no sistema de direção e falhas de freios são os primeiro da lista. Extensa lista!

        Se levarmos em conta que a idade média dos caminhões brasileiros é perto de 11 anos segundo um estudo do Sindipeças de 2011, ficamos relativamente tranquilos. Porém o mesmo estudo mostra que até 33% tem mais de 12 anos em circulação. Pergunto, seu sentimento em relação a uma manutenção preventiva é o de que ela ocorre na sua plenitude?

        Para quem não entende onde quero chegar, a busca "acidentes por falta de freios" no Google traz 720.000 citações e uma reportagem do site Carga Pesada (http://www.cargapesada.com.br/edicoesanteriores/edicao136/freios136.php) diz terem ocorrido 40.000 mortes no transito em 2006.

       A função das operações de qualquer manutenção de frota é garantir requisitos mínimos de uma operação segura, fortalecendo este conceito ao operador do maquinário. Desenvolver uma cultura de gestão de indicadores de desempenho, buscando o  melhor retorno sobre o capital investido. Escolher entre se justificar e fazer fumaça ou obter o retorno do ativo. Eis o que tem pra hoje.

domingo, 27 de outubro de 2013

A tábua da salvação


Certa vez li uma história que dizia que um garoto estava sempre pentelhando alguém e deixando as pessoas magoadas com ele. Certo dia seu pai, sábio que era, deu-lhe uma tábua e solicitou que o garoto pregasse um prego para cada mágoa gerada e que quando a tábua estivesse cheia que voltasse para conversarem. Como se deduz  muito em breve o garoto já voltava com a coitada da tábua parecendo uma exótica cama de faquir.
O Pai então lhe deu outra missão, também prontamente cumprida. Para cada pedido de desculpas um prego poderia ser arrancado. Como era muito dado a conversar, logo regressou com a peneira, ou tábua, como quiser. Então veio o ensinamento, que apesar da remoção do prego, aqueles furos eram as feridas de mágoa que somente o tempo cicatriza. E se não queria as pessoas com muitas cicatrizes, não deveríamos pôr-lhes pregos.
Vejo na manutenção corretiva emergencial um conjunto de martelos e pregos. A operação até diz que entende que o equipamento voltou a operar dentro do prazo esperado. Mas no fundo, assim como o furo na tábua, seu desejo é que não tivesse falhado.
A falha deve ser tratada de maneira a fugir do círculo vicioso, criando um ciclo de confiabilidade e previsibilidade. As ferramentas estão em todos os lugares: Na equipe, na operação, na internet, em cursos especializados, em literatura técnica. Exemplos são o planejamento de manutenção com um bom plano de manutenção preventiva, ferramentas de qualidade total, preditiva em itens estratégicos.
Do ponto de vista de gestão ferramentas como MASP ou PDCA são fundamentais na busca de soluções e desdobramentos de meta. É uma maneira com metodologia de não só remover os pregos como também de não fazer mais furos. Mas só é válido com bons planos de ações e um sério follow-up das pendências.

E você já tem o diagnóstico da sua manutenção? Já sabe por onde começar o trabalho? Lembre-se que deus ajuda quem cedo madruga.

Estratégia, planejamento e execução.

            Um belo dia sai aquele grande tucho de fumaça, ou pior ainda, o carro “morre” no meio do transito caótico. Num outro, você chega mais cedo em casa já que a produção parou devido a uma falha no sistema. Assim como outros excedem suas jornadas tentando colocar ordem no caos da quebra.
            Manter funcionando. Operando. Trabalhando com custo otimizado. Carregar o ônus da falha e ser esquecido nos tempos de bonança. E tudo isso ainda atrai e brilha os olhos da “turma da graxa”. O que tem nesse lugar chamado Manutenção? Estratégia, planejamento e execução. Paixão.
            Corrige a bomba que queimou com o mesmo detalhe com que faz uma inspeção nas soldas de um reservatório. Planeja a troca de óleo de um sistema ou um rodízio de pneus com detalhe e esmero. Busca sempre as causas para minimizar as falhas. Em suas mãos está a confiabilidade. O custo de reparo. A capacidade plena do Ativo.
            Em tempos idos, houve quem disse que a manutenção passava metade do dia se defendendo e só depois trabalhando. Nos dias modernos somos função estratégica. Combinando corretivas, preventivas, preditivas, baseada nas condições, priorizando os recursos fundamentais da produção, otimizando os gastos e fazendo parte essencial das decisões.
            E não para. Técnicas modernas de gestão, engenharia de manutenção e tecnologia da informação vem dia-a-dia auxiliando os profissionais da manutenção a se tornarem parte fundamental dos processos. O aprendizado tem que ser palavra de ordem no dia a dia deste setor, mantendo todos atualizados e sempre buscando formas diferentes de fazer e aumentando a competitividade das empresas.

            E aí? O que estamos fazendo? Estratégia ou correria? Metodologia ou indo “de barriga”?. A manutenção é o papel do momento e seus atores devem representar bem esse personagem. O foco na produtividade e aumento da competitividade tem que embasar qualquer missão do setor de manutenção. E sim, feriado é dia normal, ponto.