domingo, 3 de novembro de 2013

Entressafra: A Grande Parada!

    Vem chegando o verão, e, juntamente com as chuvas, as usinas do sudeste se preparam para mais uma entressafra na colheita de cana de açúcar. São os mais diversos equipamentos que passarão por algum tipo de manutenção, com os mais variados processos e metodologias sobre o que fazer.

    Pensando somente em colhedoras de cana, temos que considerar que este equipamento processou algo em torno de 100.000 toneladas de cana e trabalhou de 3.000 a 4.000 horas. Normalmente temos uma idade média destes equipamentos acima de 2 ou 3 safras, com diversos conjuntos engrenados e um chassi carente de caldeiraria.

    Para a equipe de manutenção, é chegado o momento de se colocar à prova. Qual o prazo? Quais equipamentos devem ser revisados? De quais recursos dispomos? Isto tudo feito de maneira coordenada e com resultados positivos é que separa uma boa equipe de manutenção de uma ruim.

     O Prazo é sempre o mais cruel de todos os controles, já que tem sido espremido pelo aumento dos períodos de safra nos últimos anos. Mas ainda assim, quase sempre é um fator conhecido e é ponto crucial de todo o planejamento da revisão de entressafra. Este item também determina, depois de conhecidos outros pontos de demanda de trabalhos, a jornada de trabalho das equipes de manutenção e a necessidade de terceirização.

     Definido as datas de inicio e fim, vem a verdadeira arte estratégica que terá impacto direto na próxima safra: quais equipamentos revisar e o que fazer? O Plano de manutenção preventiva, as análises preditivas, inspeções de equipamentos, últimas intervenções, etc, são o primeiro caminho. Uma boa classificação junto a operação dos seus equipamentos prioritários (ABC) é o refino da informação anterior. Mas a cereja deste bolo é a previsão dos gastos, que é o fator determinante de todos os outros itens, junto com o tempo.

     Conhecendo os equipamentos a serem revisados, os prazos e quanto se pode gastar começa a clarear a vida da manutenção. E aí vem a previsão de consumo. O que solicitar para estoque? quanto deve ser este valor? Como não aumentar o volume residual de estoques ao final da entressafra? Tão importante quanto as peças sobressalentes é a criação de um cronograma de atividades. Um bom cronograma deve chegar ao melhor nível de detalhe, de maneira que não trave o processo, que seja fácil de ser acompanhado e que não surpreenda com erros graves na entrega do resultado.
   
     Passada toda a fase de planejamento, é chegada a hora. No desenrolar dos dias de revisão, como mostrar a equipe a evolução do trabalho? De que maneira a operação vai assumir junto o que vem sendo feito em seus equipamentos? Como está o controle de gastos? Volte um pouco então e reflita sobre tudo isto na fase de planejamento. Bem como todas as premissas de saúde e segurança do trabalho e gerenciamento de resíduos.

    Como visto, nem tudo são flores. A definição de uma grande parada como está e envolvendo muitas vezes equipamentos tão diferentes não pode ser negligenciada a amadores. Uma vez que otimizar prazos e custos envolve uma boa dose de conhecimentos técnicos e de modernas práticas de gestão. Deve-se buscar sempre suporte tecnológico como auxílio estratégico como softwares de projetos, planilhas eletrônicas e softwares dedicados de manutenção.

    E lembre-se, a disponibilidade de seus equipamentos só terão uma recuperação considerável para a safra seguinte, com um bom planejamento das atividades desenvolvidas na entressafra.
    

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